sábado, 25 de maio de 2013

Limbo

 O Limbo (do latim, "limbus": orla, debrum, margem, franja) na Igreja Católica Apostólica Romana, é "um lugar fora dos limites do Céu, onde se vive a plena felicidade natural, mas privado da visão beatífica de Deus" e, por isso, da felicidade suprema e eterna. O limbo jamais fez oficialmente parte da doutrina religiosa da igreja, atualmente, esse conceito foi enterrado. Mais precisamente, o Limbo seria um lugar para onde iriam as almas inocentes que, sem terem cometido pecados mortais, estariam para sempre privadas da presença de Deus, pois seu pecado original não teria sido submetido à remissão através do batismo. Iriam para o limbo, por exemplo, as crianças não-batizadas e as almas justas que teriam vivido antes da existência terrena de Jesus Cristo.
  "O Limbo não deve ser confundido com o estado de purificação do Purgatório que seguiria o juízo particular e antecederia o ingresso das almas na beatitude celeste. No Limbo, não haveria penas nem purificação a serem realizadas"


Limbo dos Patriarcas

 O Limbo dos Patriarcas (ou, em latim, "limbus patrum"), que é dogma da Igreja Católica, é um lugar provisório para onde iam os justos do Antigo Testamento "que creram no Messias, tendo feito a contrição de seus pecados, mas ainda possuindo a marca do pecado original", porque a "missão salvífica" de Jesus ainda não foi realizada na Terra. Neste limbo, chamado também de Sheol (ou Hades ou o Seio de Abraão), os justos que o habitam "aguardavam [...] o momento de serem levados à presença de Deus, pela redenção completa operada pelo Cristo" através da sua morte na cruz.
 Depois da sua morte redentora, Jesus Cristo, o Messias, desceu à mansão dos mortos, ou seja, ao Limbo dos Patriarcas para conceder às almas que o habitam, mortas antes de Jesus morrer na cruz, "os benefícios do seu sacrifício expiatório; estas almas foram, então, alcançadas pelo sangue do Cordeiro (Romanos 3.25)", podendo assim serem salvas. De seguida, Jesus transportou todas estas almas santas para o Céu, desfazendo assim o Limbo dos Patriarcas.


Limbo infantil

 "O Limbo infantil (ou, em latim, "limbus puerorum"), ao contrário do Limbo dos patriarcas, não constitui dogma, nem uma verdade de fé", tratando-se de uma mera hipótese teológica. "A doutrina tradicional do Limbo infantil ensina que as crianças que morrem sem o batismo, vivem eternamente neste lugar ou estado, sem penas pessoais, mas privadas da visão beatífica de Deus".
   Porém, recentemente, a Igreja Católica "tem adotado uma linha doutrinária distinta em face da tradicional crença na existência de um limbo infantil", porque ela acredita que "Deus tem meios invisíveis, não comunicados aos homens, para salvar todas as crianças, mesmo as que morrem sem o batismo" (veja mais informações na subsecção História e Actualidade).

 

História e Atualidade

 Santo Agostinho de Hipona teorizou que devido ao pecado original, os recém-nascidos, que morrem sem ser batizados serão envolvidos na mais branda condenação de todas, no entanto, não poderiam ser realmente elevados ao paraíso por ainda carregarem o pecado primário de Adão, conforme o apóstolo Paulo de Tarso diz: "porque o juízo veio, na verdade, de uma só ofensa para condenação" (Romanos 5:16), e novamente um pouco depois: "Pois assim (...) por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação" (Romanos 5:18).
 Um Concílio de bispos da África do Norte, que incluiu Agostinho de Hipona, reunido em Cartago em 418 não professou explicitamente a favor da visão de Agostinho sobre o destino das crianças que morrem sem batismo, mas os Padres latinos dos séculos V e VI adotaram sua posição, o que se tornou um ponto de referência para os teólogos latinos na Idade Média.
 Em 2005, o Papa Bento XVI convocou cerca de trinta teólogos para que fosse feita uma espécie de "reengenharia celestial" e revisar o conceito do Limbo na teologia católica. Finalmente, em Abril de 2007, a Comissão Teológica Internacional, que reporta à Congregação para a Doutrina da Fé, emitiu um documento afirmando que o limbo infantil não passaria de uma hipótese e que nunca foi um dogma, e que "Deus, no seu grande amor e misericórdia, assegurará que as crianças não batizadas desfrutem da vida eterna com Ele no céu".
 O papa Bento XVI confirmou o documento e assegurou que as almas que não tiverem cometido pecados graves vão para o céu, mesmo que não tenham sido batizadas.


No Protestantismo

 Nas denominações religiosas conhecidas como protestantes ou evangélicas, este conceito não existe, pois para umas as crianças são consideradas puras e vão diretamente para o Céu em caso de morte (como a Igreja Católica pensa atualmente), para outras, que acreditam na predestinação absoluta, as crianças escolhidas por Deus para a salvação vão para o céu e as preparadas para a destruição vão para o inferno. Em muitas denominações evangélicas, o batismo é permitido somente para pessoas que já têm condições de abdicar, conscientemente, de viver em pecado, e aceitam que seus pecados foram pagos por Jesus Cristo.

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